Uma antiga lenda diz que o Gato foi criado em plena Arca, quando Noé,
desesperado pela quantidade de Ratos que se proliferavam e devoravam todas as
provisões, implorou que Deus o ajudasse. O Gato então, para a salvação de todas
as espécies, teria sido criado do sopro de um Leão.
Os primeiros representantes da família dos Gatos devem ter surgidos a
cerca de dez milhões de anos, muito antes do aparecimento do homem na Terra. Os
primeiros contatos sociais entre homens e Gatos selvagens provavelmente foram
na época das cavernas, com alguns vestígios pré-históricos evidenciando o fato. Porém, o verdadeiro encontro dos Gatos com o homem começa há cerca de
cinco mil anos, no antigo Egito, nos tempos dos faraós, onde estes felinos eram
adorados como divindades. A deusa egípcia Bastet, símbolo do amor materno, da
ternura e da fecundidade, era retratada com corpo de mulher e cabeça de Gato.
Acreditava-se que a bela deusa tinha o poder de fertilizar a terra e os homens,
curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Bastet também estava associada ao
poder do Sol, e defendia Rá dos ataques de Apep, a Serpente contra quem o deus
supremo lutava todas as noites, quando passava pelo reino da escuridão.
Os romanos, quando invadiram o Egito, adotaram o culto à deusa
Bastet, e em Roma, os Gatos também passaram a ser perpetuados em estátuas,
pinturas e mosaicos, pois representavam o maior símbolo de liberdade para os
romanos. Neste período, o Gato foi associado à diversas divindades, como Diana,
deusa da fecundidade, e a sensual Vênus, muitas vezes representada como uma
Gata. Com a expansão do Império Romano, os Gatos foram sendo introduzidos em
toda a Europa, e durante muito tempo, aceitos pelo homem como animais
domésticos, pela habilidade em caçar Ratos.
Na Grécia clássica, o Gato já era associado à feminilidade e ao
amor, todos atributos de Afrodite, a deusa Vênus dos romanos. Na Babilônia não
havia o culto aos felinos, mas uma lenda diz que o Gato nasceu do espirro de um
Leão, o que coincide com uma antiga lenda hebraica.
Os Gatos domésticos fazem parte da família Felidae, que é dividida
em seis gêneros: Felis, dos Gatos, Jaguatirica e Suçuarana (Puma); Panthera, do
Leão, Tigre e Onça pintada (Jaguar); Acinonyx, da Cheeta; Uncia, do Leopardo
das neves; Lynx, dos Linces; e Neofelis. No total são 37 espécies de felinos,
das quais oito ocorrem naturalmente no Brasil: o Gato do mato pequeno, o Gato
do mato grande, o Gato maracajá, o Gato palheiro, o Gato mourisco (Jagurundi),
a Jaguatirica, a Suçuarana, e a Onça pintada. O Gato, apesar de domesticado, ainda
possui características em comum com os seus parentes selvagens, como a técnica
de caça. Gracioso, sociável, higiênico, inteligente e independente, passam
cerca de 50% da vida em sono leve, 15% em sono profundo, e a maior parte dos
35% restantes, caçando, namorando, brincando e principalmente se limpando.
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